Fotos : ASPAFF EM AÇÃO

sexta-feira, 27 de maio de 2016

O IMPACTO DO LIXO NA VILA DE ITAITU

A disposição final de resíduos urbanos domiciliares em aproximadamente 80% das cidades brasileiras é realizada diretamente sobre o solo sem nenhuma impermeabilização, sem drenagem e tratamento para o chorume. Assim, a migração de contaminantes para o solo abaixo dos Aterros de Resíduos Urbanos passa a ser uma questão de relevância. Atualmente, existem normas que regulam a implantação dos aterros, e uma dessas regras é a implantação de mantas impermeabilizantes que evitem essa infiltração. É necessário também que haja a retirada desse líquido, por sistemas de drenagem eficientes, com posterior tratamento dos efluentes sem que agrida o meio ambiente. Gases também são liberados e podem ser aproveitados como combustíveis, o que pode trazer benefícios financeiros. Outras maneiras ambientalmente mais viáveis são a reciclagem, a compostagem, a reutilização e a redução.

A região de Jacobina e suas elevações acima de 1000 m favorecem o acúmulo de água e o surgimento de inúmeras nascentes que abastecem um grande número de pessoas. Parte desse patrimônio natural que hospeda importantes espécies de animais e vegetação centenária encontra-se ameaçado pelo lixo e a produção do chorume, principalmente na região do entorno da Vila de Itaitu, um importante reduto natural preservado que abriga inúmeros rios e cachoeiras (Foto 1).
Foto 1 (A)
Foto 1 (B)
Foto 1 (A) – Lixo a céu aberto contendo diversos materiais no entorno da Vila de Itaitu (foto retirada no site http://www.rota324.com.br/2016/04/nao-parece-mas-essa-imagem-e-em-itaitu.html; (B)-Mesmo lixão com uma camada de terra sobre o lixo (20/05/2016). 
Coord: 337725 /8745069 m

O chorume é uma substância líquida resultante do processo de putrefação (apodrecimento) de matérias orgânicas. Este líquido é encontrado em lixões e aterros sanitários. É viscoso e possui um cheiro muito forte e desagradável (odor de coisa podre).  Caso não seja tratado, o chorume pode atingir rios, córregos e os lençóis freáticos (Figura 1). Neste caso, os peixes podem ser contaminados e, caso a água seja usada na irrigação agrícola, à contaminação pode chegar aos alimentos (frutas, verduras, legumes, etc).

Além de possuir baixa biodegradabilidade, o chorume carrega metais pesados que os organismos vivos não são capazes de eliminar, acumulando-os. Esse acúmulo pode causar uma série de problemas de saúde, como diarreia, tumores no fígado e tireoide, dermatoses, problemas pulmonares, rinite alérgica, alterações gastrointestinais e neurológicas. 
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Figura 1 – Modelo esquemático de migração do chorume em subsuperfície.
Até o momento nenhum estudo foi conduzido para avaliar os efeitos provocados pelo chorume que se infiltra no solo na região de Itaitu.  Na tentativa de minimizar os riscos ambientais causados pelo lixão e de forma a contextualizar e facilitar a compreensão mais detalhada que a presença de um lixão representa, é apresentado um mapa indicando a localização do lixão e suas áreas de influência. Estas áreas são definidas como Área de Influência Indireta – 1,5 km, Área de Influência Direta – 1 km e Área Diretamente Afetada – 0,5 km (Figura 2).  

Este mapa indica que a Vila de Itaitu está situada dentro da Área de Influência Direta do lixão (raio de 1 km). Indica também que para seguir sentido a cachoeira das Arapongas, as pessoas circulam pela estrada que passa ao lado do lixão, o que potencializa o risco de transmissão de doenças. O mapa permite ainda individualizar um conjunto de áreas (córregos e rios) com potencial risco de contaminação por chorume e/ou resíduos urbanos. Estas áreas ficam próximas ao lixão e a Vila de Itaitu e representam risco ao abastecimento de água dos rios, córregos e a da água subterrânea.


Figura 2 – Mapa indicando a localização da Vila de Itaitu e das áreas de influência. 

Em uma época em que as tecnologias ambientais evoluíram, recomenda-se a remoção do lixão deste local e/ou a construção de um aterro sanitário controlado como uma forma de mitigação do problema, o que é previsto no plano nacional de resíduos sólidos. Este novo aterro deve ser construído em um local com base nas características geológicas e hidrogeológicas do terreno, de forma a minimizar seus impactos. Faz-se necessário que a presença do atual lixão seja tratada como um problema ambiental grave, principalmente por estar localizado em um importante reduto natural preservado, que depende da imagem ecológica para prosperar economicamente. É indicado também que seja elaborado um plano de ação que deve incluir uma sondagem elétrica vertical avaliando a “possível” migração de chorume em subsuperfície. Em caso positivo, recomenda-se a realização de um estudo diagnóstico ambiental e posteriormente, monitoramento e remediação/recuperação. Somente assim será possível avaliar a extensão da contaminação e mensurar os seus possíveis impactos. E por fim, que sejam implantadas práticas de coleta seletiva na Vila de Itaitu e seu entorno.

Carlos Victor Rios  da Silva Filho
Geólogo M.Sc.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

"Céu encanta público"


Grupo de Teatro Dona Tea - "A Cerca"
Bonito de ver e ouvir. O Projeto Céu das Artes, que acontece desde o início de abril, tem se consolidado a cada semana. Neste sábado, 07, a programação foi muito elogiada pelos frequentadores do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), bairro Félix Tomaz, em Jacobina.

A cada mês uma nova oficina é iniciada.  Depois de um mês de muita zumba, o fotógrafo Eugênio Junior iniciou a Oficina de Fotografia ‘Educando o Olhar’, que acontece até dia 28 de maio (aos sábados), com técnicas e manuseio do equipamento fotográfico.

Como o Céu das Artes também é informação e fomento, foi realizada mesa redonda sobre o Plano Municipal de Cultura. Artistas de Jacobina e Capim Grosso participaram da discussão mediada pela Representante Territorial de Cultura do Piemonte da Diamantina, Inaiara Nunes, e que teve a participação do promotor de Justiça, Pablo Almeida, de Luciene Rosa, presidente do Conselho de Cultura de Capim Grosso, e Fábio Carvalho, representante do Conselho Municipal de Política Cultural de Jacobina.

As atrações capim-grossenses Grupo Teatral Dona Tea, com o espetáculo ‘A Cerca’, e Afro Som, foram o ponto alto da noite e encantaram o público. Quadra lotada, o público riu, dançou, cantou... interagiu com os artistas.

O projeto ainda trouxe exposição do artista plástico Almaques Gonçalves, de Dinda Flor (artesanato em couro); Bahia Babaçu (cosméticos a partir da matéria prima); Sítio Timbau; APAE; Associação Ser Brasileiro & Solidário com a venda de artesanato e produtos da gastronomia regional, da artesã Minita Montenegro, dentre outros artistas da cultura popular regional.

Sobre o Projeto

Aprovado no Edital Agitação Cultural, da Secretaria de Cultura da Bahia, o Céu das Artes vem dinamizando a Praça do CEU, promovendo a difusão de expressões artísticas tradicionais da cultura regional e, ainda, proporcionando meios de geração de renda e valorização.
O Céu das Artes tem a realização da Associação de Ação Social e Preservação das Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte (ASPAFF), conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Jacobina e apoio financeiro do Governo do Estado, por meio do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.

Afro Som
 Veja mais fotos no link: https://www.facebook.com/ceudasartesjacobina/photos

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Céu das Artes - programação 07/05

Programação deste sábado, 07/05

15h
Oficina de Fotografia ‘Educando o Olhar’
Ministrante Eugênio Júnior
Sala Multimídia
De 07 a 28 de Maio (aos sábados)


18h30
Mesa Redonda
Tema: Plano Municipal de Cultura
Sala Multimídia

19h30
Grupo Teatral Dona Tea
Espetáculo ‘A Cerca’
Sala Multimídia

20h30
Afrosom
Quadra poliesportiva

Expositor da semana: Minita Montenegro

Abril termina consolidando projeto Céu das Artes


O mês de abril foi de extensa programação artística cultural na cidade de Jacobina, Centro-Norte do estado. Em cinco sábados consecutivos, o projeto Céu das Artes realizou oficinas, exibições cineclubistas, exposições artísticas (fotografia, artes visuais/plásticas, artesanato), espetáculos teatrais, apresentações musicais/culturais/de dança, dentre outras atividades.

Aprovado no Edital Agitação Cultural, da Secretaria de Cultura da Bahia, o Céu das Artes vem dinamizando o Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), bairro Félix Tomaz, promovendo a difusão de expressões artísticas tradicionais da cultura regional e, ainda, proporcionando meios de geração de renda e valorização.

Com início no sábado, 02 de abril, o Céu das Artes acontece por cinco meses contemplando o público com uma série de atividades culturais gratuitas. Até o momento, mais de 1000 pessoas já assistiram e/ou participaram das ações do projeto.

De acordo com o coordenador Técnico do Céu das Artes, Richard Silva, “chegar ao quinto sábado com um público consolidado, nos diz que os agentes culturais e o público têm absorvido a proposta e que existe consumidores ávidos de cultura e artistas ávidos a criares”.

Oficina de Zumba, apresentações cineclubistas - sobre Autismo, Segurança Alimentar e Nutricional, Ecoturismo, Surdez e Direitos da Criança e do Adolescente -, Teatro Sarau das Seis, Teatro Artefato, Bumbeiros de Serrolândia, Dança Cigana, Recicla Som, Apresentação de Capoeira, samba de roda e dança de côco e a Filarmônica 2 de Janeiro, foram apenas algumas das expressões artísticas culturais que fizeram do projeto palco para as suas artes.

O Céu das Artes tem a realização da Associação de Ação Social e Preservação das Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte (ASPAFF), conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Jacobina e apoio financeiro do Governo do Estado, por meio do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.