Fotos : ASPAFF EM AÇÃO

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Uma Macaqueira Subestimada

Um dos mais bonitos parques naturais da Bahia é uma triste demonstração da falta de políticas públicas voltadas para o meio ambiente e o ecoturismo municipal
 
Boa tarde. Cumprimenta a equipe de reportagem um guarda municipal que estava de sentinela na portaria da garagem e oficina municipal, localizadas no principal acesso ao Parque Ecológico da Macaqueira, onde máquinas de grande porte e outros veículos pesados são guardados e recebem manutenção mecânica. Óleo diesel e outros poluentes são jogados irresponsavelmente em parte do leito do Rio do Ouro.
 
Sem que o preposto da segurança municipal esboçasse nenhuma outra atitude, e com apenas um ‘tudo bem?’, a reportagem interpreta que o caminho está liberado e segue de carro por uma apertada estrada de terra e pedregulhos. No pequeno percurso transitável, bem próximo de onde funciona a garagem que é protegida vinte e quatro horas por prepostos da segurança dos bens públicos municipal, é visto o primeiro crime ambiental, uma árvore nativa com cerca de vinte metros de altura tem seu tronco cortado em círculo para forçar a sua morte. Mais adiante, uma pedreira artesanal retira e quebra pedras de uma parte da serra. Garrafas de bebidas alcoólicas, sacolas plásticas, bitucas de cigarros e outros materiais são encontrados em todo o trecho percorrido. Sem sinal de fiscalização, a única presença encontrada foi de cinco adolescentes, duas meninas e três meninos, que passeavam pelo que deveria ser uma reserva protegida e segura, já que o local é uma Área de Proteção Permanente (APP), reconhecida pelas leis ambientais do país, por, entre outros motivos, possuir um rio permanente.
 
Local visitado por usuários de drogas, o cânion, formado por um vale profundo que foi cavado pelo curso da água do Rio do Ouro, ao contrário dos tempos áureos e prósperos, é tido atualmente como uma perigosa área, onde estupros e mortes são mais lembrados que suas belezas naturais.
 
A Macaqueira, como é mais conhecida a reserva ecológica pelos jacobinenses, além da importância natural, faz parte da história da cidade e da maioria de seus moradores. Marco de desenvolvimento, a Macaqueira é lembrada por ter abrigado os primeiros sistemas de geração de energia elétrica e água tratada para a sede do município de Jacobina. A partir do início da década de 50, do século passado, as águas do Rio do Ouro, que nasce naquela região, serviam para movimentar o gerador de uma pequena central hidrelétrica (a Casa de Luz de Jacobina), conhecida também como “usina” e para abastecer a cidade depois de passar por um processo de tratamento que acontecia em um grande tanque construído também na reserva. Local conhecido como o ‘filtro’.
 
Em ruínas, os locais onde funcionavam a Casa de Luz e a estação de tratamento de água, ainda despertam a curiosidades dos que conhecem a história e os que não têm ideia do que aconteceu e o que está acontecendo, caso dos pequenos Enzo Vieira Lima e José Durval, de 7 e 8 anos respectivamente. “Muito legal esse lugar”, dizia Enzo, enquanto José admirava parte do enferrujado material que sobrou da usina, “esse equipamento é massa”. Inocentes como a própria natureza, não imaginam que as gerações futuras, provavelmente seus filhos, poderão se quer conhecer as ruínas que ora conheceram. O que poderia ser um exemplo de sustentabilidade para as gerações futuras está vaticinado.
 
“Poucas cidades no Brasil tiveram a sorte em ser presenteada pela natureza com algo tão mágico e bonito, como a Macaqueira. É um privilégio de uma cidade possuir um local tão rico ecologicamente e próximo do centro. É um crime a não preservação e não uso consciente como um ponto turístico regional”, extasiou-se Marcelo Rocha, turista salvadorense após conhecer o parque.
 
O Parque Natural da Macaqueira foi criado oficialmente pelo Executivo municipal no dia 11 de setembro de 2003, em decorrência de grandes manifestações populares, pelos pedidos de moradores saudosistas que tinham o parque como área de lazer e principalmente do esforço extraordinário do falecido engenheiro agrônomo Luciano Galo, responsável pela elaboração do projeto e do plano de manejo do parque.
 
Para a decepção dos que sonhavam com o ecoturismo, através do resgate histórico e a preservação, a vontade se transformou novamente em apenas uma reminiscência. Depois do anúncio da revitalização da Casa de Luz, com reforma da sua estrutura física, e da construção de um moderno e conscientemente ecológico local de camping, dotado de churrasqueiras e outros componentes, o abandono e o descaso por parte do Poder Público, dos atos de vandalismo e da falta de consciência de muitos que frequentam o local prevaleceram. Os milhares de reais gastos no abrigo construído para a prática de camping, assim como o que foi gasto para a reforma da estrutura física da Casa de Luz, desceram, literalmente, rio abaixo. Do abrigo não existe praticamente nada, enquanto parte da Casa de Luz insiste em permanecer parcialmente em pé.
 
Atualmente o Parque da Macaqueira encontra-se em situação de total abandono, contrapondo-se à real necessidade de sua existência, que poderia ter como objetivos a realização de pesquisas científicas, o desenvolvimento de atividades de lazer, lócus de atividades de educação e de interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico, pelas contribuições microclimáticas, pelo potencial paisagístico, pelo suprimento hídrico, entre outros que possui.
 
O responsável pela recém-criada Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de Jacobina, Ivanildo Araújo Aquino, reconhece os problemas da Macaqueira e, ao se dirimir de culpa, informa que a nova pasta já trabalha no sentido de resolver alguns problemas que ele acredita que sejam os principais entraves para o início de um trabalho de revitalização que são as questões judiciais contra proprietários de construções ilegais. “Enquanto não resolvermos o problema fundiário, das desapropriações, não poderemos avançar muito no nosso propósito, que é a revitalização e conservação do Parque da Macaqueira”, declarou Ivan Aquino. Segundo ele, já está sendo providenciado o plano de manejo do local e, com o objetivo de democratizar as ações e discussões em relação à proteção ambiental, foi criado o Conselho Municipal do Meio Ambiente e dentro desta instância, a Câmara Temática exclusiva para as áreas de conservação ambiental. O secretário informou ainda que a Garagem da Prefeitura de Jacobina será transferida e transformada na sede do Grupamento Ambiental, formado por integrantes da Guarda Municipal, que serão capacitados para combate a incêndios, legislação e fiscalização ambiental.
Por Gervásio Lima
Jacobinense e historiador

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Cineclube Payayá marca presença na Mostra Quilombo Incena e Fórum Baiano de Cinema Comunitário



Aconteceu de 29 de outubro a 03 de novembro,  a Mostra Quilombo incena e Fórum Baiano de Cinema Comunitário, na comunidade quilombola de Lagoa Santa, no município de Ituberá – BA. O evento,  teve como objetivo, mobilizar, distribuir e dar acesso de conteúdos audiovisuais em comunidades rurais e quilombolas, provocando uma rede colaborativa entre experiências já existentes na Bahia.

Além dos Cineclubes baianos,  o evento contou com a presença de diversas representações  do cinema nacional e de cineclubes de  outros estados, a exemplo do Piauí, Pará, Minas Gerais e Rio de Janeiro.  A convite, e representando o Cineclube Payayá, estava Richard Silva, 2º Secretário e membro da ASPAFF CHAPADA NORTE, entidade proponente do mesmo, com sede no município de Jacobina –BA.

Durante a programação, foram realizados fóruns no turno da tarde, com diversos temas relacionados, a exemplo de Comunicação Livre e Articulada, acesso e distribuição, Cinema Negro e comunidades rurais e quilombolas – poder, identidade e educação e diversos relatos sobre experiências com rádios e cinemas comunitários, mapeamento do Quilombo incena e produção de filmes. Também dentro da programação, realizaram-se  exibições de filmes no turno da noite, que enfatizavam o caráter étnico racial e o conceito de cinema negro, além de diversas manifestações culturais, com muito tambor e pandeiro no terreiro do Quilombo.
“Foi uma experiência incrível, algo que vou levar por toda a minha vida, por fazer parte de uma vivência em pleno quilombo e a rotina do povo negro, contemplando também a exuberância da natureza, numa região riquíssima, conhecendo  também  pessoas maravilhosas, sem falar na bagagem e as experiências relacionadas ao cineclube, o que pretendo compartilhar e realizar as ações na minha comunidade e entorno”, cita Richard Silva, representante do Cineclube Payayá.

Nos próximos dias, o Cineclube Payayá estará formalizando um cadastro na União de Cineclubes da Bahia - UCCBA, para ficar habilitado a participar em outros eventos que estão para acontecer, a exemplo de um encontro do movimento Cineclubista, possivelmente no mês de dezembro, na cidade de Salvador –BA, e a Jornada Nacional de Cineclubes, que também será realizada na capital baiana, no mês de março de 2014.







Texto: Richard Silva
Fotos: ASPAFF CHAPADA NORTE

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Comitê da Bacia Hidrográfica do Itapicuru realizará Encontros Regionais para divulgação do Processo de renovação dos seus membros eletivos

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Itapicuru - CBHI, com o apoio do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Inema, realizará encontros regionais para divulgação do processo de renovação dos membros eletivos do Comitê. Os eventos serão conduzidos pela Diretoria do colegiado e informarão a população e entidades da Bacia sobre as competências dos Comitês de Bacias Hidrográficas, os trabalhos desenvolvidos pelo CBHI e sobre as etapas e procedimentos para a participação no processo eleitoral de renovação. Na oportunidade também serão divulgadas informações sobre  a Política Estadual de Recursos Hídricos.

Locais dos Encontros:

Local: Jacobina - BA
Data: 05/11/2013
Horário: 08h30min
Endereço: Auditório do Sindicato dos Comerciários de Jacobina, situado na Rua Arthur Diniz Veloso, nº 56, Centro.

Local: Itapicuru - BA
Data: 08/11/2013
Horário: 08h30min
Endereço: Auditório do Balneário Termal de Itapicuru, situado na Avenida ACM, s/nº, Centro.

Maiores Informações; http://www.inema.ba.gov.br/informacoes-inema/edital-de-eleicao-dos-membros-efetivos-do-comite-da-bacia-hidrografica-do-rio-itapicuru

Fonte: CODIS/INEMA

ASPAFF participa da programação do VII Intercâmbio de Experiências Pedagógicas e Dia de Campo: Escolas Sustentáveis! Qual o caminho?

Oficina de brinquedos recicláveis
 
Grupo que participou da trilha interpretativa em Itaitu

Durante os dias 21 a 25 de Outubro de 2013 a cidade de Jacobina - BA foi sede do VII Intercâmbio de Experiências Pedagógicas e Dia de Campo: Escolas Sustentáveis! Qual o caminho?
 
Participaram do intercambio, coordenadores municipais do programa despertar, secretários municipais de educação, agricultura e meio ambiente, técnicos e assessores do Sistema FAEB e SENAR, educadores de escolas da rede municipal, conselheiros municipais de educação e meio ambiente e associação comunitárias, entre elas a ASPAFF CHAPADA NORTE, que teve participação direta na programação, com a oficina de construção de brinquedos recicláveis, mediada por Cleide Tavares e os irmãos Stanley e Túlio Tavares e também a trilha interpretativa na cachoeira Véu de Noiva em Itaitu: Ecoturismo, Meio Ambiente e Sustentabilidade, mediada por Amilton Mendes de Oliveira e Richard Silva, com o apoio de Roque Tavares, Cleide Tavares, Stanley Tavares e Túlio Tavares, também membros da ASPAFF CHAPADA NORTE, que enfatizaram a importância da preservação das matas ciliares e nascentes dos rios que abastecem a cidade de Jacobina, e também a importância da educação ambiental nas escolas e no cotidiano das pessoas, mostrando que todos devem ter um cuidado especial com as questões relacionadas ao lixo, separação e destino do mesmo.
 
A ASPAFF CHAPADA NORTE agradece o convite, em especial a Keila Souza dos Santos, Coordenadora do Programa Despertar em Jacobina, e também aos  membros da associação que participaram desta importante programação, contribuindo para a expansão da educação ambiental na vida de todos.
Trilha interpretativa para a Cachoeira Véu de Noiva