Fotos : ASPAFF EM AÇÃO

sábado, 25 de agosto de 2012

Código florestal: águas ameaçadas

"Não há argumento científico ou do interesse agrícola, mesmo em relação a pequenas e médias propriedades, para não recompor integralmente as matas ciliares, permitindo que desempenhem seu vital papel no condicionamento das águas e proteção dos rios", escrevem Antonio Nobre, agrônomo e PhD em Ciências da Terra, pesquisador sênior do INPA e coordenador do Grupo de Modelagem de Terrenos no Centro de Ciências do Sistema Terrestre do INPE e Ricardo R. Rodrigues, doutor em Biologia Vegetal e professor titular e coordenador do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/ USP, em artigo publicado no jornal Valor, 24-09-2012.

Eis o artigo.

No país dos superlativos, o gigantismo do nosso sistema hidrológico também entra no rol de maior do mundo: são mais de 9 milhões de quilômetros de rios. Enfileirados dariam 220 voltas na Terra, ou cobririam 22 vezes a distância à Lua. Da estabilidade, vigor e saúde desses rios dependem o suprimento das cidades, a segurança hidrológica, a geração de eletricidade, a irrigação na agricultura e a sobrevivência de preciosa biodiversidade. As bacias hidrográficas adequadamente florestadas, como ainda vemos em parte da Amazônia, mantém rios ricos e saudáveis. No contraponto, as terras agrícolas degradadas e os efluentes urbanos e industriais tem péssimas consequências.

A destruição indiscriminada dos ecossistemas resulta sempre em elevados prejuízos. Com a degradação das terras, das águas, do clima e da biodiversidade surgem múltiplos impactos na saúde e também consequências econômicas, nem sempre devidamente reconhecidas ou contabilizadas. A complacência com a destruição é herança da mentalidade colonial europeia e da revolução industrial, dois aríetes históricos que deixaram um rastro de destruição mundo afora. Mas a consciência sobre a necessidade de preservação das florestas não é recente nem é um luxo urbano. Em 1537 o governador desta colônia portuguesa, Duarte Coelho, determinou: "E assim mando que todo povo se sirva e logre dos ditos matos,..., tirando fazer roça que não farão,... e... árvores maiores... não cortarão sem minha licença..., porque tais árvores são para outras coisas de maior substância..., e assim resguardarão todas as madeiras e matos que estão ao redor dos ribeiros e fontes." Em meados do século XIX, D. Pedro II, premido pela degradação da água que abastecia o Rio de Janeiro, desapropriou fazendas no maciço da Tijuca e mandou reflorestar a mata Atlântica. Hoje, como no tempo do descobrimento, fluem cristalinas as águas alí.

Como resposta a séculos de abuso, o primeiro código florestal de 1934 já veio tarde. O desrespeito generalizado ao "resguardo das madeiras e matos ao redor de ribeiros e fontes" comprometeu águas por toda parte. E para azar dos rios, o despejo crescente de esgotos e todo tipo de contaminantes somou-se à centenária erosão das terras desnudas. O código florestal evoluiu no interesse do bem comum, peitando a arraigada mentalidade desmatadora, oferecendo assim um mínimo de proteção para as florestas, e com elas para as águas e para os rios. Apesar disso, para muitos a lei era regra de papel, e as florestas continuaram a tombar. Acumulou-se extenso passivo de ilegalidade nas propriedades, situação colocada em evidencia pelo eficiente cerco de fiscalização e punição dos anos recentes. A reação no setor rural foi curiosa: se a obediência é inescapável, então desconstrua-se a lei. Suportados por uma azeitada máquina política no Congresso e investindo pesado em retórica, lideranças deste setor vem tentando justificar o afrouxamento na lei.

Com recurso à ciência, analisemos apenas a alegação de que restaurar matas de galeria, os indispensáveis cílios ecológicos de proteção aos corpos d'água, reduzirá a área disponível para a produção de alimentos. Estudos feitos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), cobrindo milhões de hectares em várias partes do país, encontraram que a superfície que era destinada à proteção de matas ciliares em propriedades privadas, seguindo as estipulações do revogado Código Florestal de 1965, ocupava apenas de 7 a 9% da área total; para proteger todas nascentes acrescentavam-se ínfimos 0,2%. Superando duas vezes essa área de proteção, a superfície ocupada por terrenos úmidos foi estimada em 17%. Ora, os terrenos úmidos, com lençol freático exposto, são impróprios para a maioria das práticas agrícolas.

O arroz irrigado, uma das poucas culturas aptas a crescer em terrenos úmidos, foi usado repetidamente como exemplo de área agrícola consolidada, na tentativa de justificar a redução generalizada das áreas de proteção no entorno de rios. Contudo, com aproximadamente 1,3 milhões de hectares, essa cultura ocupa menos de 1% dos 144 milhões de hectares de terrenos úmidos e representa menos de 0,5% da ocupação agropecuária do país. Já os arroios, riachos e igarapés dos altos cursos - aqueles com menos de 10 metros de largura - representam 86% da extensão dos rios e não tem interferência significativa com a produção de arroz, cultivado em várzeas amplas de rios maiores. Sobre esse vasto sistema hidrológico capilar se abaterá massiva e adversamente as consequências do afrouxamento na lei. A pequena ocupação da cultura de arroz irrigado, ou ocupação ainda menor das culturas de vazante na Amazônia, não podem justificar a redução da proteção no atacado como fora feito.

Não há, portanto, argumento científico ou do interesse agrícola, mesmo em relação a pequenas e médias propriedades, para não recompor integralmente as matas ciliares, permitindo que desempenhem seu vital papel no condicionamento das águas e proteção dos rios. Ademais, surge no horizonte valorização econômica significativa para os chamados serviços ambientais das matas naturais. Um estudo feito para o Estado da Geórgia, nos EUA, estimou em US$ 37 bilhões o valor anual dos serviços ambientais prestados por florestas preservadas em propriedades rurais naquele Estado, que é do tamanho do Acre. A lógica econômica é simples: tornar potável águas contaminadas chega a custar cem vezes mais do que aquelas servidas, cristalinas, pelas florestas naturais.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ASPAFF CHAPADA NORTE participa do 25º aniversário da Associação Comunitária de Cachoeira Grande




A Associação Comunitária de Cachoeira Grande comemorou no dia (18-08) o seu 25º aniversário. Foi uma grande festa realizada nas dependências da sede da associação, localizada em Cachoeira Grande, Jacobina - BA.

A ASPAFF CHAPADA NORTE esteve presente a convite da Associação Comunitária de Cachoeira Grande, que formalizou o convite para todos os associados. Paralelamente a programação, a ASPAFF CHAPADA NORTE organizou uma bela programação voltada para as crianças daquela comunidade.

Dando início a programação, foi realizada uma disputada partida de futebol infanto-juvenil, onde os participantes receberam um troféu e uma bola como premiação. Dando continuidade a programação A ASPAFF CHAPADA NORTE montou uma sala de cinema nas dependências do salão da igreja, onde foi exibido o filme "Rio". Logo em seguida, houve a participação de todos os presentes, inclusive a criançada que debateram sobre o conteúdo do filme e sua temática, momento em que todos citaram a importância da preservação ambiental.

Durante a noite, a Associação Comunitária de Cachoeira Grande ofereceu um belo churrasco para os convidados na sede da associação, momento de muita animação e alegria.

Agradecemos a todos da Associação Comunitária de Cachoeira Grande pelo convite, fortalecendo mais ainda esta importante parceria entre as associações.
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Agradecimentos Especiais:
Ronildo Andrade - Supergasbras
Emanuel Grassi (Nenel)

Projeto leva Arte Urbana para o Piemonte da Diamantina - O objetivo é a fruição da arte de maneira democrática e inovadora na região



O final de agosto será movimentado nas cidades de Capim Grosso e Jacobina, na região do Piemonte da Diamantina, com a realização do projeto cultural “Caminhos da Arte.” Serão Oficinas de Graffiti e Intervenções Urbanas proporcionando aos participantes e população local, a fruição da arte de maneira democrática e inovadora. O projeto é idealizado pelos Artistas Visuais Marcos Costa e Tina Melo, nascidos no Recôncavo Baiano e graduados pela Escola de Belas Artes da UFBA, radicados em Salvador há mais de uma década, onde ocupam papel de destaque na cena das Artes Visuais.

Tina Melo, tem trabalhos premiados na Bienal do Recôncavo e nos Salões Regionais de Artes Visuais da Bahia, e atua também na área de teatro, desenvolvendo projetos de maquiagem e figurino para espetáculos, utilizando-se do corpo em performances de trabalhos artísticos aliados a intervenções urbanas.

Além de graffiteiro, Marcos Costa é ilustrador, arte-educador e cenógrafo. Possui trabalhos premiados nos Festivais Nacionais de Teatro de Varginha (MG/2010), Duque de Caxias (RJ/2010) e Teófilo Otoni, (MG/2012), também foi premiado no Concurso de Graffiti SINDUSCON-BA em Salvador (BA/2012). Atualmente, estuda Designer e é Consultor de Edu - comunicação e Graffiti do “Projeto Promovendo os Direitos de Jovens”, desenvolvido pelo Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA-ONU).

A Arte Urbana está por todo o país, dos centros históricos aos subúrbios. Inserida em nosso cotidiano, pode se apresentar de muitas formas, sendo as mais comuns o graffiti, os adesivos, as colagens e os tags (assinaturas). Sendo assim, “Caminhos da Arte” visa difundir as técnicas utilizadas na Street Art como forma de incentivar a auto expressão criativa e a criticidade dos jovens da região. As atividades são voltadas para pessoas com idade entre 13 e 29 anos, e serão realizadas em parceria com dois Pontos de Cultura: a Associação Educativo-Cultural Tarcília Evangelista de Andrade – AECTEA, em Capim Grosso; e a Associação de Ação Social e Preservação das Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte - ASPAFF CHAPADA NORTE, em Jacobina.

Serão disponibilizadas 30 vagas para cada oficina nas duas cidades, preenchidas de acordo a com a ordem de recebimento das inscrições. Os interessados deverão enviar e-mail para o endereço eletrônico caminhosdaarte@hotmail.com informando o nome completo, RG, data de nascimento, telefone para contato, cidade e atividade que deseja participar (Oficina de Graffiti ou Oficina de Intervenção Urbana). Aos alunos que tiverem 75% de frequência, será emitido o certificado de participação. Ao final das atividades será realizada uma exposição a céu aberto nas ruas de Capim Grosso e Jacobina com a participação de todos os educandos. O Projeto “Caminhos da Arte” foi contemplado pela 1ª Chamada do Edital Calendário das Artes 2012, da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada a Secretaria de Cultura do Estado (SECULT/BA) e é uma realização de Spray Cabuloso®.

SERVIÇO

CAMINHOS DA ARTE - Oficinas de Graffiti e Intervenções Urbanas

CAPIM GROSSO
Dias: 24, 25 e 26 de agosto de 2012
Local: Associação Educativo-Cultural Tarcília Evangelista de Andrade (AECTEA).
Endereço: Rua Nova Morada, 120, Bairro Novo Horizonte, Capim Grosso.
Horários: 09 às 12 horas.

JACOBINA
Dias: 28, 29 e 30 de agosto de 2012
Local: Cineclube Payayá, unidade da ASPAFF CHAPADA NORTE.
Endereço: Alto da Missão, Anexo ao Espaço Cultural Luís Eduardo Magalhães – ECLEM.
Horários: 09 às 12 horas.


ASSESSORIA DE IMPRENSA
LucianaPereira
(71)3232-0773/8188-4561
spraycabuloso@gmail.com
loopipereira@hotmail.com

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

ASPAFF CHAPADA NORTE em novo endereço




A ASPAFF CHAPADA NORTE está em um novo endereço, Situado na Rua São Salvador, nº 126, Centro, Jacobina -Bahia.

A proposta da associação é fazer com que este novo espaço sirva como um local em que possam ser realizadas as reuniões semanais da associação, como também um espaço em que concentre diversos objetos e materiais que fazem parte do patrimônio da associação. Na sede, os associados e toda a população também terão a disposição uma biblioteca com livros modernos adquiridos recentemente pela associação com diversos temas, a exemplo de legislação ambiental, recursos hídricos, agricultura orgânica, segurança alimentar, saneamento básico, turismo sustentável, entre outros.

Os usuários também terão acesso às revistas National Geographic, Vida Simples, Super Interessante, Turma da Mônica para a criançada, jogos educativos e também acesso a informática para a realização de pesquisas e projetos.

O local também será destinado para a realização e elaboração de denuncias de ações degradantes ao meio ambiente e também para a elaboração de projetos socioambientais, culturais, entre outros.

Visite o novo espaço da ASPAFF CHAPADA NORTE, seja um associado e participe das reuniões semanais que acontecem todas as terças feiras, sempre as 19:30h.