Fotos : ASPAFF EM AÇÃO

quinta-feira, 21 de março de 2013

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. Morte de mineiros reforça ação do MPT contra Jacobina Mineração


O Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia pediu que a Justiça do Trabalho conceda liminar obrigando a Jacobina Mineração Ltda. a adotar imediatamente procedimentos que garantam a segurança e a saúde dos trabalhadores. O pedido foi feito após mais duas mortes de mineiros na quarta-feira (06), em uma mina de ouro da empresa, explorada pela empresa canadense Yamana Gold, em Jacobina-BA. Na manhã do mesmo dia, procuradores do MPT e advogados da empresa estavam na vara do trabalho do município para a primeira audiência da ação civil pública que o MPT move contra a empresa justamente por causa da falta de segurança na mina.

“Estamos investigando a Jacobina Mineração desde 2008 e de lá para cá identificamos uma série de irregularidades relativas ao meio ambiente de trabalho, que expõem claramente os funcionários a acidentes e a danos à sua saúde. Por isso ajuizamos a ação civil pública”, explicou a procuradora Vanessa Gil Rodrigues. Ela esteve na audiência inicial junto com o também procurador Márcio Cabral de Andrade. Assim que tiveram a notícia do novo acidente, que acabou resultando na morte dos funcionários Juarez Alves Pereira, 35 anos, e José Jackson Ponto Dantas, 32, decidiram pedir a liminar. O juiz Milton Deiró de Mello Júnior, no entanto, ainda não se pronunciou.

Na ação, o MPT já havia solicitado o cumprimento de 102 itens de segurança, todos previstos em lei, que estavam sendo negligenciados pela empresa, conforme inspeções realizadas por auditores do trabalho. Como forma de indenizar a sociedade pelos danos morais coletivos, o MPT solicita que a empresa pague R$4 milhões. Caso seja concedida a liminar, a empresa terá que atender totalmente os 102 itens de segurança listados na ação, sob pena de multa diária por cada item descumprido.

Uma nova audiência do caso já está agendada para o próximo dia 3. Até lá, o MPT deverá reunir documentos e informações sobre este novo fato, que se soma às evidências já apresentadas na petição que deu início à ação. “O MPT entende que essas duas mortes reforçarão a necessidade urgente de a empresa corrigir os procedimentos de segurança, o que deve ser determinado pela Justiça através da concessão da liminar, evitando que outros trabalhadores continuem a se expor a riscos de acidentes”, avaliou a procuradora Vanessa Gil Rodrigues.

Ação Civil Pública de número 0001171.42.2012.5.05.0281

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