Nesse sábado, 16, o fogo na comunidade de Covas, área de origem do incêndio e zona de amortecimento do Pesp, ressurgiu, ações de combate são feitas por moradores e voluntários, que precisam de reforços.
Focos intensos são combatidos dentro da Unidade de
Conservação, desde a manhã, e devido as condições geográficas, altas
declividades, dificultam o trabalho. Dentro do parque a destruição já
ultrapassa 400 hectares consumidos pelas chamas.
Segundo o brigadista voluntário Ameixa, (Wescley Reis), que
integra o Comitê Operacional, a maior preocupação é o fogo se alastrar pelos
vales, comprometendo, ainda mais, a rica biodiversidade do Pesp. “Temo pela
chegada do fogo na Grota de Dona Antônia, porque será uma luta inglória, pois
além da devastação da mata alta e fogo em copas de árvores, teremos o trabalho
dificultado pelo fogo de turfas".
Para Richard Silva, associado da Aspaff Chapada Norte e
secretário do Comitê da Bacia Hidrográfica do Itapicuru, essa é uma tragédia
sem precedentes. "A preocupação é a irreparável destruição de nascentes
que alimentam os riachos e rios, contribuintes das Barragens de Cachoeira
Grande e Pedras Altas, reservatórios responsáveis pelo abastecimento humano de
água de diversas cidades do sertão baiano. Triste a situação. A natureza pede
socorro! Nossas águas estão diminuindo, precisamos proteger nossas
serras".
Duas aeronaves foram disponibilizadas pelo governo do Estado
e iniciaram as ações de monitoramento e dispensação de jatos de água por volta
das 09h deste sábado.
Voluntários da comunidade de Covas e Itaitu, Associação de
Condutores Ambientais e Guias de Itaitu (Acagi), Associação Payayá de Guias e
Condutores Ambientais de Jacobina, Associação de Ação Social e Preservação das
Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte (Aspaff Chapada Norte), Associação
Protetores da Serra (APS), brigadistas de Jaguarari, bombeiros militares,
bombeiros civis de Morro do Chapéu, Brigada de Miguel Calmon, Brigada de
Jacobina, integrantes do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Inema), funcionários do Pesp, da agência Eco Sistema Adventure, Prefeitura de
Jacobina e grande efetivo da Prefeitura de Miguel Calmon compõe a equipe
multifuncional, e revezam-se na logística de combate. A Prefeitura de Miguel
Calmon tem contribuído com a alimentação, água, equipe de saúde e ajudado na
logística dos brigadistas e equipes de apoio.
Valessio Brito, voluntário e ativista social, chama atenção
da força das redes. A informação precisa chegar ao conhecimento das autoridades
e população em geral que desfruta das águas e belezas naturais da área atingida
com os incêndios. "Sinto tristeza ao perceber a insuficiência ou até
inexistência de prefeituras nessa guerra. Precisamos mobilizar e trazer mais gente
para o confronto. Cada um pode fazer sua parte, mesmo a distância,
compartilhando pedidos de ajuda, denunciando, doando, se voluntariando para
atividades simples e comuns".
A Prefeitura de Miguel Calmon, na manhã de sábado informou
que as investigações seguem em curso para apurar as origens do incêndio.
Segundo o guia e condutor ambiental, Levi Santana, associado
da Aspaff e Acagi, é preciso que a população se mobilize e contribua mais,
diante da dimensão do problema. “As principais dificuldades são de recursos
humanos e materiais. Precisamos de
sopradores a gasolina e não estamos achando em Jacobina. O combate está
cada dia mais difícil sem este equipamento. O sol escaldante e a força física
dispensada está levando brigadistas a exaustão. Precisamos de mais
voluntários!".
Fonte: Ascom Aspaff Chapada Norte
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