Fotos : ASPAFF EM AÇÃO

sábado, 16 de outubro de 2021

Incêndio Florestal e devastação na região do Covas e Parque Estadual das Sete Passagens

Nesse sábado, 16, o fogo na comunidade de Covas, área de origem do incêndio e zona de amortecimento do Pesp, ressurgiu, ações de combate são feitas por moradores e voluntários, que precisam de reforços.

Focos intensos são combatidos dentro da Unidade de Conservação, desde a manhã, e devido as condições geográficas, altas declividades, dificultam o trabalho. Dentro do parque a destruição já ultrapassa 400 hectares consumidos pelas chamas.

Segundo o brigadista voluntário Ameixa, (Wescley Reis), que integra o Comitê Operacional, a maior preocupação é o fogo se alastrar pelos vales, comprometendo, ainda mais, a rica biodiversidade do Pesp. “Temo pela chegada do fogo na Grota de Dona Antônia, porque será uma luta inglória, pois além da devastação da mata alta e fogo em copas de árvores, teremos o trabalho dificultado pelo fogo de turfas".

Para Richard Silva, associado da Aspaff Chapada Norte e secretário do Comitê da Bacia Hidrográfica do Itapicuru, essa é uma tragédia sem precedentes. "A preocupação é a irreparável destruição de nascentes que alimentam os riachos e rios, contribuintes das Barragens de Cachoeira Grande e Pedras Altas, reservatórios responsáveis pelo abastecimento humano de água de diversas cidades do sertão baiano. Triste a situação. A natureza pede socorro! Nossas águas estão diminuindo, precisamos proteger nossas serras".

Duas aeronaves foram disponibilizadas pelo governo do Estado e iniciaram as ações de monitoramento e dispensação de jatos de água por volta das 09h deste sábado.

Voluntários da comunidade de Covas e Itaitu, Associação de Condutores Ambientais e Guias de Itaitu (Acagi), Associação Payayá de Guias e Condutores Ambientais de Jacobina, Associação de Ação Social e Preservação das Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte (Aspaff Chapada Norte), Associação Protetores da Serra (APS), brigadistas de Jaguarari, bombeiros militares, bombeiros civis de Morro do Chapéu, Brigada de Miguel Calmon, Brigada de Jacobina, integrantes do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), funcionários do Pesp, da agência Eco Sistema Adventure, Prefeitura de Jacobina e grande efetivo da Prefeitura de Miguel Calmon compõe a equipe multifuncional, e revezam-se na logística de combate. A Prefeitura de Miguel Calmon tem contribuído com a alimentação, água, equipe de saúde e ajudado na logística dos brigadistas e equipes de apoio.

Valessio Brito, voluntário e ativista social, chama atenção da força das redes. A informação precisa chegar ao conhecimento das autoridades e população em geral que desfruta das águas e belezas naturais da área atingida com os incêndios. "Sinto tristeza ao perceber a insuficiência ou até inexistência de prefeituras nessa guerra. Precisamos mobilizar e trazer mais gente para o confronto. Cada um pode fazer sua parte, mesmo a distância, compartilhando pedidos de ajuda, denunciando, doando, se voluntariando para atividades simples e comuns".

A Prefeitura de Miguel Calmon, na manhã de sábado informou que as investigações seguem em curso para apurar as origens do incêndio.

Segundo o guia e condutor ambiental, Levi Santana, associado da Aspaff e Acagi, é preciso que a população se mobilize e contribua mais, diante da dimensão do problema. “As principais dificuldades são de recursos humanos e materiais. Precisamos de  sopradores a gasolina e não estamos achando em Jacobina. O combate está cada dia mais difícil sem este equipamento. O sol escaldante e a força física dispensada está levando brigadistas a exaustão. Precisamos de mais voluntários!".

Fonte: Ascom Aspaff Chapada Norte

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