O Ministério Público estadual ajuizou ação civil pública
para garantir a preservação e proteção ambiental da Cachoeira do Véu de Noiva,
localizada no Distrito de Itaitú, em Jacobina. Segundo a ação, ajuizada no
último dia 17 pelo promotor de Justiça Pablo Almeida, o local tem sofrido
degradação decorrente “de exploração turística predatória”. Exames
laboratoriais apontaram a presença de coliformes fecais e outros contaminantes
na água, que é utilizada por diversos moradores da comunidade. Conforme a ação,
o Estado e o Município não têm realizado a devida fiscalização diária da
Cachoeira, onde não há qualquer controle de acesso.
De acordo com o promotor de Justiça, a Cachoeira recebe uma
grande quantidade de turistas e no local, frequentemente, há acúmulo de lixo.
Fiscalização realizada pelo MP encontrou resto de fogueiras, churrasqueira,
garrafas de vidro e outros resíduos de festas. Segundo a ação, a Cachoeira
recebeu em 2018 até 200 visitas por dia, conforme livro de registro da
Associação de Ação Social e Preservação das Águas (ASPAFF), que contabilizou
800 visitantes em um período de quatro dias, inclusive turistas de outros
estados, como Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo.
O promotor de Justiça pontua que “os impactos têm sido
percebidos pelos moradores de Itaitú, a ponto de criarem um Movimento em Defesa
da Cachoeira Véu de Noiva”. A degradação e a necessidade da implementação
urgente de medidas de proteção da Cachoeira foram discutidas em reunião,
realizada em 2018, com os órgãos públicos estadual e municipal e alvos de
recomendação expedida pelo MP. Pablo Almeida lembrou que, inclusive, o MP
destinou R$ 105 mil provenientes de acordo celebrado com empresas
regionais de energia eólica para o início da estruturação de uma Unidade de
Conservação no local.
O MP solicita à Justiça que determine, em decisão liminar, a
realização pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e pelo
Município de trabalhos de proteção, recuperação e preservação da Cachoeira, com
a adoção de medidas como a alocação de equipes de guarda-parque; a instalação
de guarita, sistema de videomonitoramento, lixeiras ecológicas e placas
de sinalização; o isolamento de áreas de camping não autorizadas, entre outras.
Foi solicitada também a proibição aos órgãos públicos de construir ou demolir,
licenciar ou autorizar a construção de casas, condomínios ou loteamos em um
raio de 500 metros da Cachoeira, sem que antes haja parecer do Inema, perícia
técnica solicitada pela Justiça e anuência do Conselho Gestor do Parque Sete
Passagens. O promotor também solicita à Justiça que estabeleça a contagem dos
prazos para adoção das medidas a partir do final da situação de emergência
decorrente da pandemia da Covid-19.
Cecom/MP - Telefones: (71) 3103-0446 / 0449 / 0448 / 0499 /
6502
Redator:
George Brito (DRT-BA 2927)
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