Fotos : ASPAFF EM AÇÃO

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Parque Estadual das Sete Passagens – Um exemplo de conservação



O Parque Estadual Sete Passagens foi criado pelo Decreto 7.808 de 24 de maio de 2000, com uma área de 2.821 hectares. Está localizado no município de Miguel Calmon, região da Chapada Norte, estado da Bahia. É berço de algumas bacias hidrográficas, como a do Rio Paraguaçu e do Rio Salitre, pois abrange as nascentes destes rios se incluído também na bacia do Rio Itapirucu. Já foram catalogadas 16 cachoeiras na área do parque, sendo que algumas delas não estão abertas à visitação. Vale ressaltar o destaque a Cachoeira do Sinvaldo com 168 metros de queda d’água, ideal para prática de cascading. Algumas outras belíssimas cachoeiras também estão no roteiro dos amantes da natureza sendo algumas delas; Sol Nascente, Salto dos Macacos, Coração, S Verde, Espirro, Bico do Urubu, Mata Escura, Garganta, Jajai, Portal. O Parque concentra vales com cenários deslumbrantes, com uma vegetação particular de mata estacional (área de transição entre a Caatinga e a Mata Atlântica) abrigando espécies de fauna e flora cada vez mais ameaçadas pela degradação humana. O Parque abriga campos rupestres que são típicos de grandes altitudes (o ponto mais alto do parque está a 1.270 metros de altitude). Referente à fauna já foi avistado no parque; macaco guariba, guigó, quati, tamanduá mirim, gavião, beija-flor, araponga, nambu, codorna, açaíra-azul, seriema, irara, macaco prego do papo amarelo (o qual está em extinção), tamanduá mirim, tatu, paca, cotia, veados e muitos outros animais. O parque foca a fiscalização e combate ao tráfico de animais, garimpo, caça, pastoreio, queimadas e desmatamento dentro da poligonal do parque e na zona de amortecimento (10 km no entorno da poligonal).

Há pinturas rupestres em formações rochosas próximas a uma pequena gruta no alto da montanha no distrito de Itapura também conhecido como Mocambo, este achado arqueológico e histórico prova a presença primitiva em eras remotas nesta região.

O parque tem 14 guardas parques que atuam na fiscalização, manutenção de trilhas, combate a incêndios (com equipamentos apropriados ao brigadistas), pessoas extremamente comprometidas e que trabalham com muita dedicação e afinco para preservar o parque.

uma área de camping gramada com excelente estrutura como banheiros masculino/feminino, cozinha com pia e fogão, local apropriado para fogueira. As visitas devem ser acompanhadas de um guia (diária de R$ 30,00), o grupo de campista também paga uma taxa simbólica de R$ 10,00 para uso do botijão de gás.

O parque recebe animais provenientes de capturas ilegais e caça para que sejam tratados e reintegrados na natureza.

A cidade de Miguel Calmon e a ONG Associação dos Protetores da Serra estão de parabéns pela iniciativa de criação do Parque, iniciativa esta louvável e exemplar de pessoas que pensam nas gerações futuras e estão comprometidas com a sustentabilidade da região. Exemplo este que deveria ser seguido pela prefeitura de Jacobina que também desfruta de áreas ecológicas importantes e que poderiam formar um extenso corredor ecológico de extremo valor e potencial caso a região de Itaitú, a Macaqueira, o Vale do Brito e outros locais tivessem sendo vistos com mais atenção.

Agradeço a atenção dos guarda parques durante os dias de estadia que estivemos acampados no Parque e recomendo a visita a todos aqueles que amam a natureza, vale muito a pena fazer as trilhas, conhecer os vales, cânions e cachoeiras e fim de tarde contemplar o pôr-do-sol nos mirantes.

Allan Inácio Oliveira da Silva
Bacharel em Engenharia de Pesca
Membro e Associado da ASPAFF CHAPADA NORTE

Um comentário:

  1. Estive no parque sete passagens em 2022 e a instalação de camping eram péssimas, os banheiros não tinham portas e a cozinha chovia mais dentro. Tudo muito precário pra receber um turista

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